Dias Úteis - Psicologia, Psicoterapia e Hipnose Clínica
Blogue sobre a psicologia, a psicoterapia e a hipnose clínica.
A Primeira Consulta de Psicologia ou Psicoterapia
O que é exactamente uma primeira consulta de psicologia ou psicoterapia?
A primeira consulta com um terapeuta é uma reunião para determinar se o terapeuta é uma boa opção para si. É uma oportunidade de nos conhecermos. É também uma oportunidade para o terapeuta ter uma noção de qual é o seu problema e certificar-se de que pode tratá-lo com competência. Um terapeuta tem o dever ético de encaminhá-lo para outro profissional que ele ache que seria melhor para si, se ele não se sentir confortável com a patologia ou pensar que o seu problema específico será melhor resolvido por outro profissional.
Após esta primeira consulta, caso sentir confiança no terapeuta escolhido, inicia-se o trabalho terapêutico. A primeira consulta é sobretudo uma oportunidade de fazer perguntas ao terapeuta.
Abaixo estão algumas perguntas que pode fazer para ajudá-lo(a) a decidir se um determinado terapeuta é uma boa escolha para si e para o seu caso. O processo terapêutico será tanto mais eficaz quanto mais conseguir ser completamente honesto(a) e aberto(a) com o terapeuta.
Isso significa que também poderá perguntar o que quiser.
Pode parecer estranho fazer perguntas ao terapeuta. Não estamos acostumados a fazer perguntas pessoais aos profissionais de saúde.
Mas a terapia é diferente de outros tipos de cuidados de saúde. Como em terapia falamos de coisas muito pessoais, os clientes querem sentir que o relacionamento é equilibrado e que o terapeuta também compartilha coisas sobre si próprio. Como terapeuta, estou sempre preparado para responder a (quase) todas e quaisquer perguntas dos meus pacientes. Por isso, não tenha medo de perguntar nada.
Claro que, se o terapeuta não quiser responder uma pergunta, não o fará e dir-lhe-á porquê. Mas não ficará ofendido. Por isso pergunte. Aqui estão algumas perguntas que podem ser relevantes para si:
Onde estudou?
O que estudou, qual foi o seu percurso académico?
É especialista no meu problema?
Qual é a sua experiência neste tipo de casos?
Quais são os seus resultados neste tipo de casos?
Que tipo de tratamento será utilizado, o que vamos fazer nas consultas?
Como é que eu vou saber se a terapia está a funcionar?
Vou sofrer?
Haverá trabalhos para fazer em casa?
Já passou por este problema?
É casado?
Tem filhos?
Sempre foi terapeuta?
Há quanto tempo trabalha como terapeuta?
De onde é?
Quantas sessões vai demorar?
Quanto vai custar?
Aceita seguros de saúde?
Qual é a sua política de cancelamento de sessões?
Pergunte a si mesmo o que é importante para saber para sentir confiança. Pode ser qualquer coisa. Pode ser sobre as crenças e valores do terapeuta. Ou pode ser sobre os seus hobbies e interesses.
Por exemplo:
Já fez psicoterapia para resolver algum problema pessoal?
Acredita em Deus?
Quais são seus pontos de vista sobre a política ou a justiça social?
Gosta de música? Que tipo de música? Qual é o seu clube preferido?
No caso de ser homossexual podem ser importantes as seguintes questões:
Qual é a sua identidade de género?
Tem experiência de trabalho com pessoas homossexuais?
Qual é a sua compreensão sobre diversas sexualidades e identidades de género?
É gay?
Acha que ser gay é uma escolha?
Acha que a homossexualidade pode ser “curada”?
É a favor do casamento gay? E da adopção por casais do mesmo género?
É um especialista em LGBT?
Tem algum amigo LGBT?
Esta não é uma lista exaustiva de todas as perguntas possíveis. Há muitas mais que pode perguntar e tenho a certeza de que tem as suas próprias perguntas, as perguntas essenciais para si. Crie a sua própria lista antes da primeira consulta. E se não tiver tempo suficiente para fazer todas as perguntas durante a primeira consulta, poderá sempre fazê-las depois.
No final da primeira consulta e antes de decidir se deseja iniciar o processo terapêutico deverá perguntar-se a si próprio(a) questões como:
Sentiu-se emocional e fisicamente seguro(a)?
Acha que pode confiar nessa pessoa?
Gostou do comportamento do terapeuta?
Fez-lhe perguntas relevantes para compreender o seu problema?
Pareceu-lhe informado e competente?
Gostou da consulta?
O consultório é confortável?
Parece-lhe que a confidencialidade é um tema importante para o terapeuta?
Envolveu-se nos temas e na sua apresentação?
Sentiu-se ouvido(a) e compreendido(a)?
Sentiu-se aceite e respeitado(a)?
Se não tiver um bom sentimento geral, talvez seja melhor procurar outro terapeuta.
Se tiver várias experiências negativas talvez seja um problema seu, talvez ainda não esteja pronto para o processo terapêutico ou tenha muita dificuldade em expor-se. É normal. A terapia pode ser ameaçadora e causar muita ansiedade, particularmente se é a sua primeira experiência em psicoterapia. Com o decorrer das consultas sentir-se-á melhor, mais confortável e seguro(a).
Após esta primeira consulta, o que é de esperar que aconteça nas próximas sessões? Como vai ser o processo? Como saberá se a terapia está a resultar? Nos próximos textos tentarei responder a estas e outras questões.
Se ainda está à procura de um psicoterapeuta no Porto, leia os textos anteriores aqui no blogue ou consulte a página das perguntas frequentes, tenho a certeza de que vão ajudá-lo(a). Se tiver alguma questão, escreva-me (diasuteispsicologia@gmail.com). Serei breve na resposta.
Dias Úteis – As pessoas são tudo.
www.diasuteis.com
Transtorno de Personalidade Estado-Limite (Borderline)
A característica essencial do Transtorno de Personalidade Estado Limite (Borderline) é um padrão global de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na auto-imagem e nos afectos, bem como uma acentuada impulsividade que começa no início da idade adulta e está presente em vários contextos da vida da pessoa. (DSM IV)
Pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline têm, geralmente, um medo intenso do abandono (real ou imaginado), e uma tendência para se auto-agredirem, através de comportamentos tão diferentes como o abuso de substâncias, a auto-mutilação e, em casos extremos, o suicídio.
Emocionalmente, as pessoas com personalidade Borderline, experienciam frequentemente sentimentos de vazio, grande instabilidade afectiva e, por vezes, uma raiva intensa e exagerada. As suas relações interpessoais são habitualmente intensas, instáveis e conflituosas.
Do ponto de vista cognitivo, apresentam frequentemente uma auto-imagem negativa e uma tendência para perceber apenas aspectos negativos na personalidade dos outros. Frequentemente verbalizam pensamentos de autodesvalorização (eu sou fraco, eu sou um caso perdido, eu sou inferior, etc..) e de ausência de controlo (vai ficar cada vez pior, eu vou perder o controle, não serei capaz de tolerar, eu vou chorar e não serei capaz de parar, eu vou acabar no hospital, etc..).
Viver com uma pessoa com transtorno de personalidade borderline (TPB) gera grande sofrimento e inquietação nos amigos, companheiros e famílias, porque na maioria das vezes nem as próprias pessoas encontram razões para as suas emoções e comportamento.
O tratamento privilegiado para o Transtorno de Personalidade Borderline é a psicoterapia. A farmacoterapia deve utilizar-se como adjuvante das intervenções psicológicas.
A terapia dialéctico-comportamental foi especificamente desenvolvida para esta perturbação e tem-se demonstrado eficaz. É um tipo de terapia cognitivo-comportamental em que é prestada particular atenção aos aspectos funcionais da relação terapêutica.
Durante a psicoterapia, as pessoas aprendem a identificar e lidar com estes pensamentos e emoções. São ensinadas estratégias de regulação emocional, regulação, interpessoal e regulação comportamental que permitem às pessoas aprender a viver de forma menos impulsiva, mais adaptada, com uma visão da vida e de si próprias menos instável, mais adequada. Podem assim começar a projectar um futuro melhor, para elas e para os seus.
Contrariamente a uma ideia generalizada na Internet e difundida inclusivamente por alguns profissionais, a personalidade pode mudar. E isso significa que os transtornos de personalidade poderão ter cura ou, pelos menos, registar mudanças significativas.
Poderá encontrar alguma informação sobre a influência da terapia na mudança de traços da personalidade no link abaixo.
http://www.livescience.com/57497-personality-may-change-after-mental-health-treatment.html
Pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline têm, geralmente, um medo intenso do abandono (real ou imaginado), e uma tendência para se auto-agredirem, através de comportamentos tão diferentes como o abuso de substâncias, a auto-mutilação e, em casos extremos, o suicídio.
Emocionalmente, as pessoas com personalidade Borderline, experienciam frequentemente sentimentos de vazio, grande instabilidade afectiva e, por vezes, uma raiva intensa e exagerada. As suas relações interpessoais são habitualmente intensas, instáveis e conflituosas.
Do ponto de vista cognitivo, apresentam frequentemente uma auto-imagem negativa e uma tendência para perceber apenas aspectos negativos na personalidade dos outros. Frequentemente verbalizam pensamentos de autodesvalorização (eu sou fraco, eu sou um caso perdido, eu sou inferior, etc..) e de ausência de controlo (vai ficar cada vez pior, eu vou perder o controle, não serei capaz de tolerar, eu vou chorar e não serei capaz de parar, eu vou acabar no hospital, etc..).
Viver com uma pessoa com transtorno de personalidade borderline (TPB) gera grande sofrimento e inquietação nos amigos, companheiros e famílias, porque na maioria das vezes nem as próprias pessoas encontram razões para as suas emoções e comportamento.
O tratamento privilegiado para o Transtorno de Personalidade Borderline é a psicoterapia. A farmacoterapia deve utilizar-se como adjuvante das intervenções psicológicas.
A terapia dialéctico-comportamental foi especificamente desenvolvida para esta perturbação e tem-se demonstrado eficaz. É um tipo de terapia cognitivo-comportamental em que é prestada particular atenção aos aspectos funcionais da relação terapêutica.
Durante a psicoterapia, as pessoas aprendem a identificar e lidar com estes pensamentos e emoções. São ensinadas estratégias de regulação emocional, regulação, interpessoal e regulação comportamental que permitem às pessoas aprender a viver de forma menos impulsiva, mais adaptada, com uma visão da vida e de si próprias menos instável, mais adequada. Podem assim começar a projectar um futuro melhor, para elas e para os seus.
Contrariamente a uma ideia generalizada na Internet e difundida inclusivamente por alguns profissionais, a personalidade pode mudar. E isso significa que os transtornos de personalidade poderão ter cura ou, pelos menos, registar mudanças significativas.
Poderá encontrar alguma informação sobre a influência da terapia na mudança de traços da personalidade no link abaixo.
http://www.livescience.com/57497-personality-may-change-after-mental-health-treatment.html
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